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Pré-Mercado: Aperte o cinto, o ruído fiscal vem aí

07 jun 2022, 8:31 - atualizado em 07 jun 2022, 8:31
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Trade do Dia

Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade – compra dos papéis da Embraer (EMBR3).

EMBR3: [Entrada] R$ 13.16; [Alvo parcial] R$ 13.42; [Alvo] R$ 13.72; [Stop] R$ 12.81

O ativo se encontra num microcanal de alta e a formação de candles seguidos do tipo “inside bar” indica continuação da tendência.

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Observações sobre a operação:

– Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.

– Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.

– Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.

– Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.

Nilson Marcelo, 

Analista quantitativo de ações da Vitreo

Bom dia, pessoal!

Lá fora, os mercados de ações asiáticos fecharam o dia em baixa nesta terça-feira (7), em meio às perspectivas crescentes de que o Federal Reserve irá recorrer a uma política agressiva de aperto para combater a inflação em alta — os investidores seguem cautelosos antes do principal relatório de inflação dos EUA, programado para ser divulgado nesta semana. O movimento, inclusive, ofuscou as esperanças de que a China pudesse afrouxar seu esforço regulatório contra os gigantes de tecnologia do país.

O dia também não começa bem para as Bolsas europeias e os futuros americanos, que amargam perdas nesta manhã. Para o Brasil, não bastasse as commodities estarem abaixo do esperado nesse início de pregão, também temos que lidar com os problemas domésticos, os quais vão desde questões envolvendo o ambiente eleitoral de 2022 até dilemas profundos relacionados às questões fiscal brasileiras. Tais temas voltam a trazer pressão sobre a percepção de risco-país e a curva de juros.

A ver…

Como ficará o ICMS?

Sofrendo pressões políticas, o governo se comprometeu a bancar, por meio de verbas da União, a redução a zero do ICMS no diesel e no gás de cozinha. A medida, ainda sujeita às restrições da lei eleitoral, uma vez que há aqueles que rotulam o movimento como eleitoreiro, deve precisar da criação de uma PEC para que o gasto seja viabilizado no Teto de Gastos, criando mais exceções à regra. 

Apesar de ser válido até 31 de dezembro e ter um valor limite (provavelmente limitada a algo entre R$ 25 e R$ 50 bilhões das receitas orçamentárias extraordinárias que ainda não foram lançadas no orçamento), a proposta deverá gerar repercussão negativa no mercado, uma vez que afeta as projeções fiscais do Executivo. A justificativa do governo é a de que eles apenas estão transferindo recursos para os estados para que eles possam transferir uma parte do aumento de arrecadação deles para a população.

A ideia aqui é a de que, se os Estados zerarem o ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha, o governo irá zerar os impostos federais (Cide, PIS e Cofins) sobre a gasolina e o etanol — hoje, essas alíquotas já estão zeradas para o diesel e o gás de cozinha —, ressarcindo as perdas de arrecadação dos Estados. O assunto deverá dominar o dia no mercado local, que volta a se afundar em discussões de cunho macroeconômico. Sem um ambiente externo favorável para ajudar, deveremos ter um dia difícil.

De volta para cima de 3%

No mercado americano, o rendimento do título do Tesouro dos EUA de 10 anos subiu de volta para cima dos 3%, alcançando seu maior patamar em cerca de um mês. Rendimentos de títulos mais altos são problemáticos para os valuations das ações, sendo que a taxa de 3% é um número psicologicamente significativo para os investidores.

No lado positivo, havia boas notícias da China, onde os lockdowns relacionados ao Covid-19 vinham aumentando as pressões sobre a cadeia de suprimentos nos últimos meses e a repressão do governo às empresas de tecnologia agitou os mercados. No fim de semana, as restrições em Pequim e Xangai continuaram sendo relaxadas, com o retorno das refeições em ambientes fechados e a retomada do transporte público.

Ainda assim, continuam no radar os temores de recessão e um Federal Reserve agressivo, enquanto um mercado de trabalho robusto nos EUA, maior poupança do consumidor e fortes resultados da maioria das empresas seguem sustentando um tom mais positivo. O tempo dirá quais fatores dominarão. Para hoje, os dados de crédito ao consumidor devem mostrar um pouco das condições do gasto americano.

Se segurou por pouco

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson sobreviveu à moção de desconfiança de seu partido por uma margem estreita, com 148 votos pedindo sua saída e 211 a favor dele. Apesar da vitória, a história não é muito positiva para os sobreviventes de uma votação de desconfiança, sendo que estes costumam deixar o cargo poucos meses depois da votação — a própria ex-primeira-ministra Theresa May, antecessora de Johnson, renunciou meses depois de uma vitória como esta.

A imagem da economia britânica, assim como a sua fotografia política, não é das mais bonitas. Para ilustrar, os dados de varejo britânico mostraram uma queda adicional no valor das vendas nas lojas, embora parte disso seja a mudança da demanda para serviços. Se trata um pouco de um movimento mais negativo para a economia que temos visto na Europa como um todo — a Alemanha, por exemplo, reportou pedidos às fábricas em abril mais fracos do que o esperado.

Anote aí!

Lá fora, os mercados seguem acompanhando a Cúpula das Américas. Nos EUA, os dados comerciais de abril são um dos destaques para os mercados, mas reforçam a história de que as cadeias de suprimentos globais estão produzindo quantidades recordes de mercadorias. Mais importante serão os dados de crédito ao consumidor para abril, como argumentamos anteriormente.

Para nós, contamos com dados de produção de veículos em maio, bem como a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em reuniões do Conselho de Ministros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em Brasília, a Câmara pode votar o projeto de lei que trata da política de preços da Petrobras, bem como a proposta que proíbe a cobrança de ICMS sobre o adicional das bandeiras tarifárias amarela  e vermelha nas contas de energia elétrica.

Muda o que na minha vida?

Estaria a inflação finalmente chegando ao seu pico? Não é segredo para ninguém que consumidores e empresas têm lidado com o aumento dos preços de commodities e serviços durante a maior parte dos últimos meses. Os investidores terão outra visão de quão altos os preços subiram quando o Brasil divulgar seu índice de preços ao consumidor na quinta-feira e os EUA apresentarem seus últimos números na sexta-feira.

Por lá, até agora, os preços subiram 8,3% nos últimos 12 meses encerrados em abril. Mas esse aumento, embora ainda alto, foi a primeira queda na inflação ao consumidor desde agosto — os preços ao consumidor subiram 8,5% nos 12 meses encerrados em março. Assim, espera-se que o nível de aumentos de preços continue diminuindo nos próximos meses.

Ainda assim, pode levar algum tempo para que os preços ao consumidor cheguem a um nível mais confortável para os compradores. O Fed idealmente gostaria de ver o índice de inflação desacelerar para cerca de 3% a 3,5%, se não mais baixo, antes de declarar uma vitória sobre a inflação. De qualquer forma, a boa notícia é que os números da inflação devem começar a cair.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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